1181/82: Nasce em Assis. Batizado com o nome de Giovanni di     Pietro (pai) di Bernardone (avô). Mudado para Francisco.
          
1202: Guerra entre Perúsia e Assis. Assis vencida em     Collestrada. Francisco, com 20 anos, passa um ano preso em Perúsia.     Resgatado pelo pai, devido à doença. Nesse tempo parece que a     família de Clara está refugiada em Perúsia; ela com 8/9 anos de     idade.
          
1204: Longa doença.
          
1204/05: Parte para a guerra da Apúlia, no sul. Volta     após visão e mensagem de Espoleto. Começo da conversão gradual.     Em junho de 1205 morre o guerreiro Gautier de Brienne, chefe     das expedições no Sul.
          
1205: Mensagem do crucifixo de São Damião. Conflito     com o pai.
          
1206: Janeiro-fevereiro: questão perante o bispo Dom     Guido II.
   Março-junho: em Gúbio, perto de Assis, cuida dos leprosos.
   Provavelmente em julho: volta a Assis. Veste-se de eremita e     começa a reparação da capela de São Damião.
          
1208: Trabalha na reparação de São Damião, São Pedro     e Santa Maria dos Anjos ou Porciúncula.
          
1208: 24 de fevereiro: ouve o Evangelho da missa de     São Matias, na Porciúncula, sobre a missão apostólica. Muda as     vestes de eremita e passa a usar as de pregador ambulante,     descalço. Início da pregação apostólica. Aqui propriamente     começa o estilo de vida franciscana, apostólica, de presença.
   16 de abril: recebe em sua companhia os irmãos Bernardo de     Quintavalle e Pedro Cattani. No dia 23, recebe o irmão Egídio     na Porciúncula.
   Março-junho: a primeira missão. Francisco e Egídio vão à marca     de Ancona no litoral adriático. Recebe mais três companheiros,     inclusive Filipe (Longo).
   Em setembro e março: segunda missão. Os sete vão a Poggiosbustone     no vale de Rieti. Depois de ter-se certificado do perdão dos     pecados e do futuro crescimento da Ordem, Francisco envia os     seis, e mais um que lhes agregara, para a terceira missão,     dois a dois. Bernardo e Egídio vão à Florença.
          
1209: Os oito voltam à Porciúncula. Ajuntam-se-lhes     outros quatro.
   Março-junho: Francisco escreve breve Regra e vai a Roma com os     onze. Obtém a aprovação do Papa Inocêncio III, só oralmente.     Seria esta a primeira Regra, perdida. Na volta passam por     Orte e se estabelecem em Rivotorto perto de Assis, num     rancho abandonado.
          
1209 ou 1210: Os frades mudam-se para a Porciúncula,     depois que um camponês toma o rancho para estábulo de seu burro.
   Possível começo da Ordem Terceira Secular. A Porciúncula era dos     beneditinos cluniacenses que a emprestaram a Francisco. Torna-se     o berço da nova Ordem.
          
1211: Junho-setembro: Francisco vai à Damácia e retorna.
          
1212: Março: na noite do domingo de Ramos, a nobre jovem     Clara di Favarone foge de casa e é recebida na Porciúncula. Talvez em     maio fica alguns dias no mosteiro de São Paulo e algumas semanas no     mosteiro beneditino de Panzo (perto de Assis) e por fim recolhe-se     a São Damião, onde fica até a sua morte, em 1253. Segue-a a irmã     Inês, 16 dias depois.
          
1213 ou 1214/15: Francisco pretende ir em missão a Marrocos,     entre os muçulmanos, mas chega apenas à Espanha, onde adoece gravemente,     retornando logo à Itália. Tomás de Celano "agradece a Deus esta doença",     porque com a volta de Francisco, é recebido na Ordem.
          
1216: Junho-setembro: Francisco obtém do sucessor de Inocëncio     III, o Papa Honório III, em Perúsia, a indulgência da Porciúncula.
          
1217: 5 de maio: capítulo geral de Pentecostes na Porciúncula.     Primeira missão para além dos Alpes e ultramarina. Instituição de     províncias. Frei Egídio vai para Túnis. Frei Elias para a Síria.     Francisco pretende viajar para a França, mas o Cardeal Hugolino,     legado papal na Toscana, encontra-o em Florença e o convence a permanecer     na Itália.
          
1219: 26 de maio: capítulo geral de Pentecostes. Grandes     missões no exterior: Alemanha, Hungria, Espanha, Marrocos, França.     Em junho, Francisco vai de navio de Ancona para o Oriente, a     exemplo dos outros.
   Os que vão à França, interrogados se são albigenses, respondem     afirmativamente, não sabendo que albigenses são denominados os     hereges cátaros (puros) do Sul da França. O bispo de Paris e     lentes da Universidade, examinando a sua Regra, constatam que     a mesma é católica e evangélica. Dirigem-se, porém, ao Papa,     pedindo informações. Este declara-os católicos e com Regra     aprovada pela Santa Sé.
   Para a Alemanha viajam cerca de 60. Do alemão conhecem apenas     a palavra "Ya" (Ja) - sim. Perguntados se querem comida ou     hospedagem, respondem: "Ya". Perguntados se são hereges lombardos     (pobres da Lombardia = Valdenses) e se vêm espalhar seus erros,     também respondem: "Ya".
   Presos, surrados, despidos, ridicularizados, sofrem como cães.     Vendo que não podem produzir frutos na Alemanha, voltam para     a Itália. Começam daí por diante a julgar tão cruel a Alemanha     que só pelo desejo do martírio voltariam outra vez para lá.
   Na Hungria também os missionários sofrem os maiores vexames.     Quando vão pelos campos, os pastores atiçam os cães contra eles     e dão-lhes cacetadas. Pensando que querem sua roupa, dão-lhes     as túnicas exteriores. Depois as vestes internas... Acabam     voltando para a Itália.
   Os que vão para Marrocos, são martirizados e depois canonizados     como os promártires franciscanos (Beraldo, Pedro, Acúrsio, Adjuto,     Otão: 1220). Movido por esse fato, Santo Antônio, então cônego     regular de Coimbra com o nome de Fernando, pede ingresso na     Ordem Franciscana.     
          
1219: Setembro-dezembro: Francisco vai ao acampamento     do Sultão do Egito, Melek-el-Kamel (1218-38), e tem "entrevista"     com ele. A 5 de novembro, o exército dos cruzados toma Damieta,     perto de Alexandria, no Egito. Francisco tem pouco resultado     junto ao Sultão. Escreve o cronista que, ao chegar, é maltratado.     Ignorando a língua dos turcos, apenas diz: "Soldan, Soldan". Então     é levado à sua presença e depois reconduzido por homens amados para     junto dos exércitos que cercam Damieta.
          
1220: Francisco viaja para São João D´Acre (Accon), onde     há uma fortaleza dos cruzados, e vai à Terra Santa. Na sua ausência,     Francisco deixa dois "vigários", que, porém, começam a introduzir     novidades na Ordem, instituindo novos dias de jejum e abstinência,     além dos já marcados. Um frade, encarregado das clarissas, pede     privilégios ao Papa em favor delas, contra a vontade do santo,     que prefere "vencer pela humildade mais que pelo poder da lei".     Outro, subtraindo-se à Ordem, pretende fundar uma nova Ordem,     para leprosos de ambos os sexos.
          
1220: Março-setembro: alarmado pelas notícias que um frade     leva ao Oriente, retorna à Itália, desembarcando em Veneza. Nessa     ocasião, o Cardeal Hugolino é nomeado protetor da Ordem.
          
1220: Francisco entrega o governo da Ordem a Frei Pedro     Cattani, como seu vigário.
          
1221: Março: morre Frei Pedro Cattani.
   Maio: capítulo geral de Pentecostes. Frei Elias de Cortona é     eleito vigário em substituição ao falecido. Francisco apresenta     a segunda Regra (não bulada ou não aprovada por bula papal), que     Frei Cesário de Espira, versado em Sagrada Escritura, adornou     com muitos textos bíblicos.
   Aprovada a Regra da Ordem Terceira Secular pelo papa Honório II.     
          
1221/1222: Francisco faz uma viagem de pregação ao Sul     da Itália.
          
1222: 15 de agosto: Festa de Assunção. Francisco prega     em Bolonha (sede de estudos jurídicos). Suas palavras visam mais     "extinguir inimizades e reformar os pactos de paz", conforme     relata um ouvinte. "Muitas facções de nobres, entre os quais     existia velha inimizade, com derramamento de sangue, foram     levadas a pacificação".
          
1223: Fonte Colombo, Francisco redige a 3ª Regra, que     é discutida no capítulo geral de junho. A discussão continua em     Roma, e em outubro Francisco se dirige ao Papa para pedir a     aprovação.
        29 de novembro: Honório III aprova, com bula papal, a Regra     definitiva, ainda hoje em vigor. O texto original conserva-se     como relíquia no Sacro Convento de Assis. Provavelmente houve     colaboração dos frades e do representante da Santa Sé.
        24/25 de dezembro: na noite de Natal, Francisco celebra a     festa em Greccio, junto a um presépio.     
          
1224: 2 de junho: segue uma missão de frades para     a Inglaterra. Bem sucedida.
        Em fim de julho ou início de agosto, o vigário da Ordem,     Frei Elias é advertido (sonho, ou visão?), que Francisco     terá ainda dois anos de vida.
        15 de agosto a 29 de setembro: Francisco, com Frei Leão e     Frei Rufino, passa no Alverne, preparando-se com uma     quaresma de oração e jejum para a festa de São Miguel     Arcanjo.
        Em setembro, tem a visão do Serafim alado e recebe os     estigmas.
        Em outubro ou início de novembro, Francisco retorna à     Porciúncula, via Borgo Santo Sepulcro, Monte Casele     e Cidade de Castello.     
          
1224: ou 1225, dezembro-fevereiro: cavalgando     um jumento, Francisco faz um giro de pregações pela     Úmbria e Marcas (Ancona).
          
1225: Março: visita Clara em São Damião. Suas     vistas pioram muito, então. Ele pretende ficar ali numa     cela, ou na casa do capelão, mas, cedendo aos pedidos do     vigário da Ordem, Frei Elias, consente em receber     tratamento médico: a estação é muito fria, e o tratamento     é transferido.
        Abril ou maio: ainda em São Damião, Francisco recebe     tratamento, mas não melhora. Recebe a promessa da vida     eterna. Depois de uma noite dolorosa, atormentado pela     dor e por ratos, compõe o Cântico do Irmão Sol. Junto     a Santa Clara.
        Junho: acrescenta uma estrofe ao Cântico do Irmão Sol,     comemorando a reconciliação entre o bispo e o podestá     de Assis.
        Inícios de julho: acolhido em Rieti pelo Cardeal     Hugolino e pela corte papal para submeter-se ao     tratamento dos médicos da corte pontifícia. Vai a Fonte     Colombo para tratamento, sob insistência do Cardeal     Hugolino, mas o difere, devido à ausência do Frei     Elias.
        Julho ou agosto: em Fonte Colombo, o médico cauteriza     as têmporas de Francisco, mas com pouco resultado.
        Setembro: Francisco vai a S. Fabiano, perto de Rieti     (Floresta), para ser tratado por outro médico, que     opera sua vista. Restaura então a vinha do pobre     p[adre, danificada por visitantes de Francisco.     
          
1226: Francisco vive ora em Rieti, ora em     Fonte Colombo.
        Abril: vai a Sena para outro tratamento.
        Maio ou junho: volta à Porciúncula, via Cortona.
        Julho-agosto: no calor do verão é levado para Bagnara,     nas colinas perto de Nocera.
        Fim de agosto ou início de setembro: piorando de saúde,     é levado, via Nottiano, para o palácio do bispo de     Assis. D. Guido acha-se ausente, em peregrinação ao     Santuário de São Miguel, cuja festa se celebra no     dia 29, no monte Gargano.
        Sentindo iminente a morte, pede para ser levado para     a Porciúncula. Chegado à planície, lança sua bênção     sobre Assis. Nos últimos dias de vida, dita o Testamento,     autotestemunho de incalculável valor para a vida e os     propósitos de homem tão singular.
        Com a proximidade da morte, pede que o deitem nu no     chão. Depois aceita emprestado o hábito que o guardião     lhe dá. Faz ler o Evangelho da Última Ceia e abençoa     os filhos seus, presentes e futuros.     
          
1226: 3 de outubro, à tarde: Francisco     cantando "mortem suscepit" (morreu cantando). No     domingo seguinte, 4 de outubro, é sepultado na igreja     de São Jorge, na cidade de Assis, mas o cortejo fúnebre     passa antes pelo mosteiro de São Damião, para a despedida     de Clara.
          
1228: 16 de julho: Francisco é canonizado.     Relíquias trasladadas para a nova basílica, em construção,     em 25 de maio de 1230.